quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Projeto da Linde Material Handling aposta em empilhadores a hidrogénio


O Grupo BMW, a Linde Material Handling e o Instituto de Movimentação de Materiais, Fluxo de Material e Logística da Universidade Técnica de Munique apresentaram os resultados do seu projeto H2IntraDrive, levado a cabo na unidade fabril do Grupo BMW em Leipzig. As conclusões mais importantes do estudo de investigação, que teve uma duração de quase dois anos, referem que o sistema de propulsão de hidrogénio, desenvolvido conjuntamente para equipamentos de movimentação de carga, demonstrou ser uma mais valia na prática, podendo já ser disponibilizado comercialmente e que em certas situações pode ser considerada uma solução económica. O Ministério Federal Alemão de Transporte e Infraestruturas financiou este estudo com um subsídio de 2,9 milhões de euros, como parte do Programa Nacional Alemão de Inovação de Tecnologia de Hidrogénio e de Células de Combustível.
A médio prazo, considera-se que a utilização da tecnologia de células de combustível e dos motores de hidrogénio, tem muitas possibilidades de substituir as fontes de energia convencionais nos equipamentos de movimentação de cargas. Esta ideia é confirmada num inquérito independente realizado como parte do projeto de investigação pelo Instituto de Manipulação de Materiais, Fluxo de Material e Logística da Universidade Técnica de Munique durante o verão de 2015. De acordo com este inquérito, 93 por cento dos 109 especialistas na indústria consultados consideram que o uso do hidrogénio como energia é benéfico. Ao mesmo tempo, 80 por cento acredita que não está suficientemente informado sobre as oportunidades que podem surgir com esta nova tecnologia. O estudo de investigação apresentado em Leipzig pode ultrapassar esta lacuna de conhecimento. Apoia-se no «Guia para o uso de equipamentos de movimentação de carga, acionados com hidrogénio», que também foi criado como parte do projeto de investigação.
Os resultados da investigação mostram que a célula de combustível obteve resultados convincentes na prática durante um período de quase dois anos. Desde dezembro de 2013 até finais de outubro de 2015, os tratores de reboque acumularam dez mil horas em funcionamento e os empilhadores chegaram inclusivamente a cumprir cerca de onze mil horas. Em certas situações gerais como em trabalhos de alta intensidade com operações de 2 a 3 turnos, os utilizadores podem conseguir significativas vantagens económicas desde o primeiro dia. Por exemplo, o uso da tecnologia de hidrogénio aumenta a disponibilidade operacional dos equipamentos de movimentação de carga. Isto deve-se a que estes se podem abastecer num curto período de tempo, enquanto a carga, a substituição e a manutenção de baterias de ácido-chumbo reduzem a produtividade. As análises realizadas demonstraram que o abastecimento de um trator de reboque dura 1,5 minutos. A substituição de bateria pode ser realizada em aproximadamente 5 minutos, mas também pode demorar muito mais. No caso dos empilhadores, o processo de abastecimento durou 2,2 minutos, enquanto o tempo necessário para a substituição de uma bateria equiparável foi de cerca de 10 minutos de média.
Além disso, a utilização da tecnologia de hidrogénio supõe uma grande poupança no espaço. Os dispositivos de elevação, os sistemas de ventilação, as bandejas de proteção, os lava-olhos de emergência e outras instalações deixam de ser necessários no centro logístico. Para o projeto na fábrica da BMW de Leipzig, onde se produzem os modelos i3 e i8, a Linde Material Handling adaptou seis tratores de reboque e cinco empilhadores dos modelos Linde E25 HL e Linde E35 HL com tecnologia de motor de hidrogénio. Além disso, durante o decorrer do projeto, desenvolveu e adaptou continuamente a tecnologia híbrida de células de combustível. Desta forma, por exemplo, reduz-se a taxa de avarias dos equipamentos acionados com hidrogénio.
No tempo que durou o projeto, utilizaram-se os equipamentos de movimentação de carga Linde para distribuir peças da carroçaria do modelo BMW i à área de produção no centro de Leipzig. Nestas instalações, os equipamentos assumiram todas as tarefas que normalmente se realizariam com veículos convencionais acionados por bateria. No seu estudo, os investigadores da Universidade Técnica de Munique compararam as duas tecnologias baseando-se nos seguintes parâmetros: eficiência energética, fiabilidade, durabilidade, assim como sustentabilidade ambiental e económica. Os cientistas determinaram, entre outras coisas, o custo de todo o ciclo de vida útil dos empilhadores e realizaram cálculos aproximados para uma frota de 50 equipamentos.

Na comparação com os equipamentos elétricos convencionais, o intervalo da autonomia dos tratores de reboque acionados com hidrogénio estava acima do standard, enquanto a autonomia dos empilhadores era mais baixa. No futuro, este intervalo continuará a aumentar graças a um depósito com maior volume e uma pressão de combustível mais elevada. A eficiência do sistema de células de combustível é no entanto, de acordo com o estudo de investigação, ligeiramente mais baixa que a da bateria tradicional de ácido-chumbo. No entanto, em conjunto, o motor de hidrogénio convence com a sua alta disponibilidade operacional, os baixos custos de pessoal resultantes e a redução no impacto ambiental se se compara com as vias de energia convencionais. Por Carlos Moura

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