O Grupo BMW, a Linde Material
Handling e o Instituto de Movimentação de Materiais, Fluxo de Material e
Logística da Universidade Técnica de Munique apresentaram os resultados do seu
projeto H2IntraDrive, levado a cabo na unidade fabril do Grupo BMW em Leipzig. As
conclusões mais importantes do estudo de investigação, que teve uma duração de quase
dois anos, referem que o sistema de propulsão de hidrogénio, desenvolvido
conjuntamente para equipamentos de movimentação de carga, demonstrou ser uma mais
valia na prática, podendo já ser disponibilizado comercialmente e que em certas
situações pode ser considerada uma solução económica. O Ministério Federal Alemão
de Transporte e Infraestruturas financiou este estudo com um subsídio de 2,9
milhões de euros, como parte do Programa Nacional Alemão de Inovação de Tecnologia
de Hidrogénio e de Células de Combustível.
A médio prazo, considera-se que a
utilização da tecnologia de células de combustível e dos motores de hidrogénio, tem
muitas possibilidades de substituir as fontes de energia convencionais nos equipamentos
de movimentação de cargas. Esta ideia é confirmada num inquérito independente
realizado como parte do projeto de investigação pelo Instituto de Manipulação
de Materiais, Fluxo de Material e Logística da Universidade Técnica de Munique durante
o verão de 2015. De acordo com este inquérito, 93 por cento dos 109 especialistas
na indústria consultados consideram que o uso do hidrogénio como energia é benéfico.
Ao mesmo tempo, 80 por cento acredita que não está suficientemente informado
sobre as oportunidades que podem surgir com esta nova tecnologia. O estudo de
investigação apresentado em Leipzig pode ultrapassar esta lacuna de conhecimento.
Apoia-se no «Guia para o uso de equipamentos de movimentação de carga, acionados
com hidrogénio», que também foi criado como parte do projeto de investigação.
Os resultados da investigação mostram
que a célula de combustível obteve resultados convincentes na
prática durante um período de quase dois anos. Desde dezembro de 2013 até finais
de outubro de 2015, os tratores de reboque acumularam dez mil horas em
funcionamento e os empilhadores chegaram inclusivamente a cumprir cerca de onze
mil horas. Em certas situações gerais como em trabalhos de alta intensidade com
operações de 2 a 3 turnos, os utilizadores podem conseguir significativas
vantagens económicas desde o primeiro dia. Por exemplo, o uso da tecnologia de
hidrogénio aumenta a disponibilidade operacional dos equipamentos de
movimentação de carga. Isto deve-se a que estes se podem abastecer num curto
período de tempo, enquanto a carga, a substituição e a manutenção de baterias
de ácido-chumbo reduzem a produtividade. As análises realizadas demonstraram
que o abastecimento de um trator de reboque dura 1,5 minutos. A substituição de
bateria pode ser realizada em aproximadamente 5 minutos, mas também pode demorar
muito mais. No caso dos empilhadores, o processo de abastecimento durou 2,2
minutos, enquanto o tempo necessário para a substituição de uma bateria
equiparável foi de cerca de 10 minutos de média.
Além disso, a utilização da tecnologia
de hidrogénio supõe uma grande poupança no espaço. Os dispositivos de elevação,
os sistemas de ventilação, as bandejas de proteção, os lava-olhos de emergência
e outras instalações deixam de ser necessários no centro logístico. Para o projeto
na fábrica da BMW de Leipzig, onde se produzem os modelos i3 e i8, a Linde Material
Handling adaptou seis tratores de reboque e cinco empilhadores dos modelos
Linde E25 HL e Linde E35 HL com tecnologia de motor de hidrogénio. Além disso,
durante o decorrer do projeto, desenvolveu e adaptou continuamente a tecnologia
híbrida de células de combustível. Desta forma, por exemplo, reduz-se a taxa de
avarias dos equipamentos acionados com hidrogénio.
No tempo que durou o projeto,
utilizaram-se os equipamentos de movimentação de carga Linde para distribuir peças
da carroçaria do modelo BMW i à área de produção no centro
de Leipzig. Nestas instalações, os equipamentos assumiram todas as tarefas que
normalmente se realizariam com veículos convencionais acionados por bateria. No
seu estudo, os investigadores da Universidade Técnica de Munique compararam as duas
tecnologias baseando-se nos seguintes parâmetros: eficiência energética,
fiabilidade, durabilidade, assim como sustentabilidade ambiental e económica. Os
cientistas determinaram, entre outras coisas, o custo de todo o ciclo de vida
útil dos empilhadores e realizaram cálculos aproximados para uma frota de 50 equipamentos.
Na comparação com os equipamentos
elétricos convencionais, o intervalo da autonomia dos tratores de reboque
acionados com hidrogénio estava acima do standard, enquanto a autonomia dos empilhadores
era mais baixa. No futuro, este intervalo continuará a aumentar graças a um
depósito com maior volume e uma pressão de combustível mais elevada. A eficiência
do sistema de células de combustível é no entanto, de acordo com o estudo de
investigação, ligeiramente mais baixa que a da bateria tradicional de ácido-chumbo.
No entanto, em conjunto, o motor de hidrogénio convence com a sua alta
disponibilidade operacional, os baixos custos de pessoal resultantes e a
redução no impacto ambiental se se compara com as vias de energia convencionais. Por Carlos Moura
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